terça-feira, 12 de maio de 2009

Minha solidão não é casa vazia

Minha solidão não é casa vazia, porque a campainha e o telefone não param de tocar.
Não é solidão de bar também porque sempre encontro algum estranho com quem posso falar sobre a vida que tive em outra cidade e sobre a vida que tenho neste lugar.
Minha solidão não é a daquele que, por uma razão ou outra, se desgarrou da família e, na véspera do natal, se vê só, em uma pensão barata, comendo restos do dia anterior.
Minha solidão é solidão do desejo: solidão de desejos mudos. Ou melhor, solidão de quem mumifica desejos.

2 comentários:

Marcela disse...

Parece que compartilhamos a mesma solidão. A solidão que nos faz perto, mas incrivelmente longe.

Adorei seu blog.

Beto Renzo disse...

Ric Ric!
Olha que a gente até tira o telefone do gancho... mas o peito fica.