quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Histórias do ponto I

A aflição de ontem veio de uma pomba. Ela estava cega e não conseguia voar. Talvez sua asa também estivesse com algum problema. Ou será que pombas cegas não estão habilitadas a voar mesmo tendo as asas preservadas? Não sei. O negócio é que a pomba não voava e estando no canteiro de uma avenida movimentada de Campinas, corria risco de ser atropelada, porque de quando em quando andava pela pista. Eu, no ponto de ônibus. Olhando angustiado a pomba errante, transitando em meio aos carros. Pronto. Vai ser esmagada e eu vou ver tudo, pensei. Na verdade, queria que ela morresse, mas não queria participar disso. Nem eu, nem ninguém que estava no ponto. Mas ela merecia morrer.
Se bem que os veterinários talvez pudessem dar um jeito nela, ou então proporcionar-lhe uma morte digna. Morte digna... Estou enchendo lingüiça... Não estava e nem estou nem aí para aquela pomba (ainda que ela tenha me dado essa história). Só não queria participar daquilo.

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